20 de abr. de 2012

os comedores de batatas

a historinha do tão famoso comedores de batata: van gogh tinha passado uns quatro anos infernizando o irmão theo, inclusive com violentíssimas agressões verbais, e culpando-o por todas as suas desgraças, pois, entre outras coisas, achava que theo não divulgava nem expunha como deveria seus trabalhos na galeria de paris onde era gerente. aqui no livro, theo sempre foi um santo de paciência, mas a certa altura se encheu um pouco daquilo e falou: tá bom, então vou inscrever um quadro seu no salon (pois van gogh já se achava o tal, e o amigo dele, rappard, tinha exposto no salon e ele achava que podia expor tb). pois muito que bem: então theo falou, ok.

aí bateu o pânico no van gogh, pois claro que era tudo bazófia, chantagem emocional, aquela coisa toda, nem sabia ainda pintar a óleo, não dominava o desenho de figura etc.etc., mas, por mais que o irmão dissesse que ainda praticasse mais um pouco, ele já se dizia muito bom. na hora h, então, ele amarelou e tentou fugir: não, não é bem assim, são só estudos, só coisa para ver em ateliê, e isso e aquilo. bom, o irmão arregalou os olhos, mas não disse nada. aí o van gogh - que costumava passar muitas noites com sua namoradinha gordina, na casa da família dela, camponeses bem pobrezinhos - resolve fazer alguma coisa.

ainda por cima, é a época em que o pai dele morre (e, na opinião de todos, van gogh é que o matara). bom, mas aí ele vai e faz o quadro em menos de um mês (meados de abril a começo de maio de 1885). a história é toda bem mais complicada, mas então resulta aquela que é tida como uma de suas obras-primas, efetivamente o primeiro quadro que pintou. claro que todo mundo detestou e nem deixaram inscrever no salon, o que vai gerar mais um enésimo tsunami de fúrias, insultos, pragas e agressões, mas aí já é outra história. por ora fiquemos no die kartoffelesser: